Píer, céu, peão, sereia
Ciranda, menino e menina, pique
Brincar na areia...
O tom, o papel, o pincel, a palavra
A cor insuficiente
A poesia não escrita guardada...
Tempo, textura, bicicleta
Chiclete, riso, litoral, memória
Conta você que depois eu conto
Canto, Histórias apossadas cortadas...
Encontros fluorescentes, encantos
Tentativas das cantigas de rodar com apoucada gente
Tanta coisa procedente...
Aquelas crianças que até então pequena parece transparente...
Só se interessam por bolas, balões, pipas, balas, castelo de areia...
Mas com o acelerar do momento, bonecas e casinhas, bolas de gude e carrinhos são deixados nos guardados demasiadamente...
A flor do jardim cresce, morre, desaparece...
E cantarola o movimento do tempo
No vem e vai da onda e no assobio do vento...
Nasce o concreto, pés calçados, carro, trânsito...
O menino vai, o homem vem
A menina vai, a mulher também vem...
Iniciativas, atrasos, tentativas...
Não existe mais o passatempo, tempo passa, passa hora, to com pressa
Nem o quintal da infância natural
A mágica de o agigantado pequeno ser cresce
A inocência adormece
O armário é arrumado cedo demais
As cores vivas e alegres são deixadas pra trás
A infância é passageira e derrete feito o doce do algodão
Na memória ficam o cheiro da poesia, da pipoca, os gritos no parque de diversão...
Nascemos e crescemos caminhando sob o vôo do pássaro
E voamos alto, acima da pele do tempo
e sem piedade da hora
desaparecemos mais rápido que o pensamento
E nossa criança vai... Vira mar, poeira, poesia, céu, NuVeM ou vento.
[Mônica Parreira]
Junho/10
AtÉ o CoRaÇãO!